27 novembro 2012

And I burn...

Ouvi-a ontem, por acaso, enquanto esperava que o EndNote não fosse the ultimate nail in the coffin para os meus nervos. I'm reading old letters/ I thought it would be better. Lembrei-me das minhas cartas antigas. Tive um namorado que me escrevia uma carta todos os dias. Longa, melada, com uma caligrafia retorcida. You said that you loved me/ You wrote it down. O meu primeiro namorado digno de assim ser chamado. Tinha nome de santo mas pecava a cada oportunidade. Roubava-me beijos descaradamente. My body is weak/ And if my body is sick/ I don't want to get out/ I don't want to stay at home (I don't wanna be alone). Às escondidas de um Professor Pai do outro lado do vidro do Polivalente. I don't want to burn them/ I don't want to read them. Não foi amor eterno. Mesmo assim, durou aí uns 2 anos. Depois, cada um foi à sua vida. Eu queimei as cartas com a dignidade que lhes devia, encharcando-as em álcool e ficando a ver aquela chama azulada a consumir aquelas palavras ali perdidas, sem o fogo de outrora. Old letters/I don't want to read them. Meses mais tarde, soube que começou a namorar com quem fora a minha confidente das parvoíces da idade, das borboletas na barriga, das mãos que tremiam, da vertigem a cada beijo. Estiveram anos, muitos anos juntos. 10? 15? Por aí... Separaram-se há meses. E ao ouvir esta música lembrei-me deles. E senti tristeza por todos os anos e  por todas as cartas que partilharam não terem sido eternas. Extinto. Terminado. But I do/ And I burn/ For you... 

2 comentários:

Be my guest...