18 abril 2015

Bom dia, bom dia (em modo panela de pressão).

[Tenho sonhado muito. Coisas disparatadas, principalmente. Coisas que me preocupam  muito também mas que no sono solto tomam proporções de cataclismo disforme na minha mente. Acordo sempre com aquela sensação de que não dormi. Dói-me o pescoço hoje e sinto-me um cruzamento de Robocop e Transformer. Não sei bem o que sonhei, mas acordei angustiada, em modo panela de pressão. Acordei com frio nos ossos, aquele frio que não há casaco que tire ou cure, aquele que vem de dentro. Ainda não são 10h da manhã e já tive me chatear com Francisca, tudo por causa da sua mania de me tentar dar a volta com um "é o último e só mais um bocadinho". Da próxima não lhe dou um leite com chocolate ao pequeno-almoço, armada em gaja fófinha e mãe cool. Às vezes, muitas mais do que se calhar a era papás-new-age acha aceitável, falta-me a pachorra para dramas de leite achocolatado e chupa-chupas. Se digo "Não" é não que eu cá acho maravilhoso que aprenda a lidar com a frustração dos nãos desta vida, que vão ser mais do que muitos. É a vidinha. Não é uma questão de ser autoritária e déspota, é uma questão de que eu sou a Mãe, eu decido, de acordo com aquilo que me parece razoável na altura. Agora deu para roubar bananas e comer as mesmas como se o mundo fosse acabar. Só a mim. Acho óptimo que tente levar a sua avante, ao menos não é toninha sem sal e de burrinha tem pouco, mas em dias panela de pressão, é um jogo perigoso de jogar comigo. Vai-se a ver e a catraia gosta de viver na ilusão do perigo, "uhuh sou louca e destemida, deixa cá ver quando esta roda a baiana". Em boa verdade, em dias panela de pressão, não preciso de muito para se ouvir aquele silvo agudo das ditas, na versão chorrilho de palavras. Também posso considerar apitar assim, que tal? Um dia destes adopto esse comportamento e aí pronto, é facto: colei o pistão de vez. Pensando bem, quando ouvia aquilo nos dias em que a minha Mãe se dedicava a fazer pratos xpto e o almoço era às 3 da tarde (agora sei que se chama brunch e olha, afinal lá em casa é que era muito "chiquibem"), punha-me a andar da cozinha bem lestinha das pernas, não fosse sobrar para mim. Tanto pela parte da panela, como pela parte da minha Mãe. Vai-se a ver e "panela de pressão" é um traço genético. ]
Basicamente, o meu mal é sono mas bom dia. 
(Agora dei-me conta que me comparo a uma panela de pressão. Pa-ne-la. Parabéns, todo um novo nível de degredo foi atingido. ) 

1 comentário:

raquel disse...

E eu que gosto tanto do teu sentido de humor!! Mas tanto...
Bom dia, bom dia!!